quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vozes periféricas


E aí irmão? Tubo beleza? Tamo junto aí tá ligado?
Se piá algum pobrema aí é só falá cum nóis qui nóis tá na área e si relá ni nóis é penalti irmão, i si fô penalti aí fudeu mano, a casa cai... Cê si ligô maluco?
Vô falá uma realidade pocê agora aqui mano. As autoridade tá de brincadêra cum nóis aí maluco. Os hômi num qué deixá nóis vendê os produto dos Paraguai aqui na nossa comunidade. Eles tão falano qui nóis é ligado c'os tráfico, mais nóis num semo não irmão! Nóis vende é produtos diferente. Nóis vende cd e dvd e umas calça di marca. Nossas marca é igual as dos bacana e nossos dvd é igual das locadora, só qui nóis consegue antes deles chegá nas loja e nos cinema tá ligado? Isso dêxa os home maluco cum nóis. Os patrão tão de bronquinha ca gente e tão jogando os homi em cima di nóis véio. Os homi não tão dexano nóis fazê as correria. Depois os mano comerciante alternativo daqui vira tudo ladrão e as autoridade vão falá qui não tem culpa di nada mano. Mas como qui não tem culpa? As autoridade só lembra di nóis na época das eleição, tá ligado? Vem os bacana aqui, pega as criancinha, dá bejim nas criancinha, pága pipoca pros mano, pága docinho pras mina, pága umas garrafa di pinga pros sinhô alcólatra, i depois di eleito os cara vira fumaça. Nunca mais aparece na comunidade até a otra eleição. Ai eu te pergunto irmão, i as obras social qui os dotor prometeu pra nóis? I as escola boa, i as oportunidade que eles fala nos palanque? Os cara num presta irmão, é tudo uma cambada de hipócrita véio, i u pior é qui na otra eleição os mêmo dotor aparece aqui cas mesma cara de anjinho beijano as criancinha di novo. Ê véio, e o pior é qui nóis entra na deles di novo e vóta nos mesmo ladrão.
As criancinha lá de casa tá chorano quereno leite. Onde é qui eu vô arrumá leite si eu não vendê os produto dos Paraguai e num fazê as correria? Explica pra mim aí irmão?
Os patrão num mi contrata pra nada purque eu nem sei falá qui nem os bacana, eu só sei cunversá errado em cum as gíria no meio, mas eu aprendi assim mano. Nas rua a gente aprendi assim... Mas eu num sô ladrão mano, sô genti boa e trabalhador irmão. Quando os patrão aperta nossos comercio eu vô catá latinha, vô catá papelão, vô trabalhá di serventi di pedrero, eu dô meus pulo irmão. Mais nunca me envolvi c'os tráfico tá ligado? E tem mais um monte de irmão aqui que também nunca se envolveu. Mas os bacana põe nóis tudo na mesma panela e acha qui nóis é tudo maloquero, só porque nóis num sabe lê, num sabe falá direito e porque nóis é feio... Mas se liga aí irmão, no meio dos feio também tem gente boa. Tá faltano é os dotor das eleição dá uma ajudinha pra nóis... Se num fô pra nóis pelo menos pras criancinha que vem vino aí tá ligado? Quem sabe as próxima geração acaba melhorano aqui na comunidade.
Agora vô sai aí irmão, tenho qui vendê uns produto aí e fazê minhas correria qui dinhêro tá difícil tá ligado? Falô mano, tamo junto aí! Se piá algum pobrema aí é só falá cum nóis, nóis é feio mais é gente boa, e já te falei maluco, nóis tá na área e si relá ni nóis é penalti!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Limpem os túneis

 Essa é uma re-postagem de um texto que escrevi no final do ano passado. Acho ele importante e interessante mas ele não teve tantas visitas como eu acho que merecia. Uns acontecimentos me inspiraram a colocar ele de novo aqui. Espero que gostem, e se você já leu, pode relembrar.





Todo dia era a mesma coisa, eles nem se lembravam mais qual foi o primeiro dia em que eles começaram a trabalhar naqueles tuneis. No começo o percurso era menor e os tuneis eram novos e fáceis de trafegar, mas com o passar do tempo o percurso só foi aumentando e os túneis cada vez mais foram ficando cheios de obstáculos.
O serviço deles era de vital importância nesse sistema. Eles tinham que levar oxigênio para o controle central e de lá esse oxigênio era distribuído para todos os órgãos por esses túneis.
O problema maior é que com o passar dos anos o gerente dessas instalações não tomou as devidas providências para manter os túneis limpos e fáceis de trafegar. O gerente deixou muito lixo se aglomerar nas paredes dos túneis e deixou-os infectar por produtos tóxicos e nocivos ao sistema. Assim os funcionários responsáveis pelo transporte de oxigênio estavam com muita dificuldade de fazer o seu serviço fazendo com que o comando central mandasse cada vez mais energia nos túneis tentando fazer com que o fluxo de oxigênio continuasse correspondendo as necessidades. O descaso com a malha de túneis era tanta que o controle central não estava conseguindo executar o processo e o sistema inteiro estava sofrendo... O setor responsável pela filtragem da água não filtrava direito e mandava impurezas para todos os lugares, o setor responsável pela renovação do oxigênio dos túneis não conseguia sugar e nem transferir esse ar para o sistema, o setor responsável pela inteligência do comando central e pela mecanização do todo começava a falhar e tudo estava entrando em colapso até que o sistema todo parou!
- Vamos tentar mais uma vez - falou o médico na ambulância!
- Carregando - falou o enfermeiro - pode colocar os eletrodos no peito dele, um, dois, três, lá vai!
O corpo estrebuchou e o coração deu sinais de vida.
- De novo - falou o médico!
- Um, dois, três... Lá vai!
O corpo estrebuchou de novo e o médico começou a fazer massagem no peito do paciente e respiração boca à boca. Conseguiram salvar o paciente. Ele foi internado na UTI. Quando saiu o médico lhe passou um regime, um plano de exercícios e alguns remédios. O médico falou que seu corpo estava muito descuidado e debilitado e que se ele não se cuidasse fatalmente não teria muitos meses de vida. Ainda dá pra recuperar só depende de você!
Assim as coisas foram melhorando para as celulas que eram os funcionários dos túneis. Agora eles poderiam levar oxigênio para todo o corpo e assim continuar a semear a vida. As placas de gordura foram sumindo das veias e o sistema conseguiu uma sobrevida melhor e com mais qualidade.




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Inquilino do inferno



Ele não conseguia enchergar as alegrias da vida.
Achava que tudo era uma grande ratoeira e que ele era apenas um camundongo.
Ele tinha uma rotina que não gostava de ter.
Vivia trabalhando tristemente.
Achava seu trabalho uma grande ratoeira e que ele era apenas um camundongo.
Achava que o inferno era aqui!
Seu coração era nutrido dia a dia com idéias tristes.
Quantas pessoas nutrem seu coração com coisas que ninguém imagina?
Essas coisas que moravam em seu coração e em sua mente não deixavam ele perceber o sorriso de uma criança.
Não percebia a alegria do seu cachorro quando ele chegava em casa.
Não conseguia sentir o gosto do chimarrão.
Não percebia o perfume do seu jardim.
Ele achava o mundo uma grande ratoeira e que ele era apenas um camundongo.
Se achava incapaz de ser feliz e por isso nunca se dava uma chance.
Achava que o inferno era aqui!
Quando se pegava sorrindo por algum motivo, acabava se bloqueando.
Parecia programado a sofrer!
Sofrer porque se achava menor que todos.
Sofrer porque foi se acostumando assim.
As decepções da vida foram se aglutinando em seu ser.
Sobre as alegrias ele apenas passava por cima.
Não olhava pra elas como vitórias e sim como momentos.
Momentos que passariam e deixariam as tristezas voltarem novamente.
Ele achava o mundo uma grande ratoeira e que ele era apenas um camundongo.
Achava que o inferno era aqui!
Alguém lhe disse que se ele não acordasse desse transe de tristezas, realmente a ratoeira iria lhe matar.
Alguém lhe disse que se ele não acordasse desse transe de tristezas, realmente viveria pra sempre no inferno.
Aqui, alí ou lá...
Não importa onde. Ou ele acordava ou seria um eterno inquilino do inferno.
Avisado ele foi.
Agora bastava ele se tornar um grande camundongo, tão forte que a ratoeira não conseguisse lhe pegar.
E nada no mundo poderia lhe ajudar... A não ser.
Ele mesmo!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O sol de Allah


Eu assisti a um programa esses dias que ficou discutindo se o deserto do Saara já foi um lugar fértil e com abundância de água. Durante o programa eu descobri que a cada 20.000 anos a Terra dá uma inclinadinha e a água que está em outros lugares inundam o deserto que acaba se tornando uma floresta tropical por pelo menos uns 5.000 anos! Durante esse período se formam grandes lagos no deserto e rios que interligam esses lagos. Os cientistas chegaram a essa conta porque pegaram um submarino que tem uma broca que cava e retira do fundo do mar próximo ao deserto um tubo com amostras de terra que podem chegar até a 150 metros de profundidade no subsolo marinho. Então eles vêem que a areia que o vento joga pro mar vai se depositando ali com o passar dos anos e analisando o solo até cada vez mais profundamente eles chegam a uma camada que não tem areia e então descobrem que dali pro fundo o deserto não jogava areia então ele deveria ser um pântano... Entenderam?
Eles calculam quanto tempo demoraria pro vento jogar aqueles metros de areia ali e chegam na conta de 20.000 anos. Eles analisam também o carbono 14 de algumas conchas que encontram pelo deserto e até de ossadas de peixes e de baleias que certamente invadem o Saara quando a água que inundou o deserto se encontra com o mar.
- Que legal - eu falei pra minha esposa assistindo o programa - os caras são fodões mesmo hein!
É realmente os caras são fodões. Um geólogo de Israel que é uma das maiores autoridades no assunto deserto do Saara, entrou numa caverna e viu a marca de uma mão nas paredes da caverna e uns risquinhos debaixo da mão. Ele falou que aquele desenho representava a mão do deus da chuva e aqueles risquinhos eram a chuva caindo do céu. Então ele afirmou categoricamente que aquela caverna era usada pra rezar pro deus da chuva e que com isso fica comprovado que naquele tempo chovia bastante naquela região, pois hoje em dia a pessoa dali pode nascer e morrer com idade avançada sem nunca ter visto uma gota cair do céu! Olha só... Os caras além de fodões tem uma imaginação muito legal!
Eu que sou orelhudo me diverti assistindo o programa e achei interessante mas não consegui encontrar um verdadeiro significado pros governos gastarem milhões querendo saber quando o Saara vai ficar fértil de novo, quando o mundo vai dar essa inclinadinha, quando a chuva vai voltar pra'quelas bandas e porque eles não gastam esse dinheiro todo ajudando as pessoas que moram por ali e estão passando por dificuldades hoje! Beduínos e tribos nômades e comunidades inteiras que passam fome e comem poeira. Que vivem de oásis em oásis em tendas armadas aqui e ali e que por tradição e desconhecimento e talvez até falta de uma mão amiga, só conheçam esse mundo árido e terrível de se viver. Além dos nômades também tem perto dali os somalis, os etíopes, as tribos das savanas, a periferia da Angola, da Nigéria, e mais uma porrada de africanos vivendo em estado desumano de subnutrição e total abandono.
Pode ser que os cientistas e os governos não achem interessante gastar dinheiro com esse povo hoje porque segundo eles a natureza resolverá o problema sozinha e pelas contas dos caras (e olha que eles são fodões) faltam apenas 15.000 anos pra uma próxima inclinadinha... Então, pra quê esquentar a cabeça se falta tão pouco?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O beabá das motivações



Se tem uma coisa que eu acho uma embromação total são essas palestras motivacionais de vendas. Eu já fui a tantas que até já perdi as contas. Em todas elas a gente percebe que os caras são na verdade paus-mandados dos donos das empresas que os contrataram e que querem fazer da gente um bando de máquinas que trabalham sem parar pensando assim que através do trabalho vamos encontrar a felicidade. Algumas raras vezes eu percebi que os palestrantes realmente estavam olhando para o lado do trabalhador e teve até um palestrante que disse: - Se você perceber que você é muito bom e a sua empresa está te segurando e não te deixando deslanchar, então mude agora pra uma empresa melhor!
Acho que alguns patrões que ouviram isso devem ter se remoído de raiva.
Em outros palestrantes a gente percebe fácil que os caras nunca venderam nada pra ninguém e nem sabem do que estão falando. Esses são engraçadinhos e usam de táticas velhas pra alegrar o ambiente com aquelas brincadeiras ultrapassadas e algumas falas de livrinhos de auto-ajuda e assim acabam trazendo alguns momentos de falsa satisfação pessoal para a platéia que sai falando bem do cara, mas que amanhã não acrescentaram nada a mais em suas vidas.
Tudo bem que uma coisa é verdade, em todas as palestras motivacionais pelo menos uma coisinha a gente aproveita, de tanta informação e babaquices que os caras falam pelo menos uma eles acertam, e é por isso que eu sempre vou a todas as palestras em que sou convidado.
Mas de vez em quando agente escuta cada uma que não dá pra acreditar. Uma vez um palestrante falou que era pra abraçar o cliente quando ele chegasse e falar que seu perfume era bom e se ele sorrisse era pra perguntar o nome do perfume! Eu levantei no meio da palestra e falei pra ele vir falar isso pros pedreiros que eu atendo na loja em que trabalho.
Outro palestrante falou pra gente repetir o nome do cliente em todas as vezes que a gente falar alguma coisa tipo: - Olá seu JUVENAL, tudo bem seu JUVENAL, o senhor quer alguma coisa hoje seu JUVENAL, eu estou aqui pra atendê-lo seu JUVENAL! Ele falou que fazendo assim várias vezes durante o atendimento o cliente vai se achar importante. Agora eu lhes pergunto, esse cara já vendeu alguma coisa pra alguém? Só se for pra algum bobo!
Um outro cidadão falou numa palestra que a gente tem os clientes externos e os clientes internos que são os amigos que trabalham com a gente e que por isso a gente tem que ser muito cordial com os colegas e cumprimentá-los todas as manhãs com sorriso nos lábios e amor no coraçãozinho, mas esse cidadão vem sempre onde trabalho e só cumprimenta os patrões passando pelos clientes internos como se eles fossem lixos internos...
Eu sei que muita gente ama os Godris, os Marins e esses tantos outros caras que se dizem experts em vendas e motivação, mas uma coisa eu lhes falo do alto dos meus 25 anos de vendas: Amigo, estude sempre o que você vende, saiba sobre o seu produto pra poder assim passar confiança ao seu cliente e haja a todo momento com naturalidade. Não faça do seu atendimento um stand-up, seja você e seja verdadeiro, fale a verdade sempre e conquiste assim não um cliente, mas um novo amigo!
Pronto, assim você será um grande vendedor!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Dois Pedreiros


Eu trabalho a 25 anos no ramo de materiais para construção. Já ví incontáveis sonhos começarem do alicerce e se realizarem no toque final quando o dono da casa finalmente gira a chave na fechadura da porta da frente da casa e num suspiro pensa: - Ufa! Esse é meu sonho realizado... Acontece que até isso acontecer muita água passou debaixo da ponte.
Geralmente as casas boas tem dois pedreiros um de construção e outro de acabamento. O pedreiro que constrói a casa é aquele que faz os alicerces, que cava os buracos, que faz a sujeira, que limpa a sujeira e que deixa o dono da casa maluco! Ele negocia com o encanador, com o eletricista, com o marceneiro, com o carpinteiro e as vezes até tem que insistir com o dono da casa que não entende muito bem mas porque está pagando acha que deve dar os seus pitacos errados e acaba tendo uma relação desgastada com esse pedreiro. Mas mesmo com essa relação desgastada esse pedreiro do serviço rústico tem que aguentar até o final porque tudo alí está sob sua responsabilidade. De cada dez desses pedreiros construtores que são bons e que fazem o serviço sujo (mas necessário), nove acabam tendo algum desentendimento com o dono no final de seu serviço. O dono não consegue enxergar que tudo o que esse pedreiro fez realmente é o que interessa, realmente é o que dá a sustentação e o funcionamento da casa. Tudo bem que a sujeira estressa, tudo bem que chega num ponto da obra em que o dono não consegue enxergar onde está indo seu dinheiro e isso vai virando uma bomba na sua cabeça. Assim quando finalmente chega a hora desse pedreiro entregar a obra pro pedreiro de acabamento só falta o dono soltar rojão e contratar uma banda pra tocar no seu quintal.
Então o pedreiro de acabamento que também é muito importante entra na obra e dá o toque da arte, coloca os pisos mais lindos e caros que o cliente tem condição de pagar, contrata o pintor, que dá os tons e as cores tão sonhadas, coloca as torneiras cromadas, tão brilhantes quanto as estrelas do céu. Geralmente arrumam a jardinagem, embelezam a fachada e transformam toda aquela obra rústica numa das sete maravilhas do mundo! O dono da casa quando vê como a casa ficou linda acaba se emocionando e dá a esse pedreiro de acabamento todos os louros da vitória se esquecendo que ele pegou uma obra correta, robusta, com as paredes sólidas e perfeitas, com o encanamento e a parte elétrica funcionando, com tudo preparado só para embelezar. O dono da casa nem se lembra mais da existência do primeiro pedreiro.
Assim somos nós brasileiros que tivemos dois pedreiros importantes na nossa recente história. Um de construção e outro de acabamento.
Seus nomes?
Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Brasilidades - 4

O Lindenberg tomou 98 anos de prisão no meio da fuça só pra aprender que pobre não pode matar a namorada. Onde já se viu uma coisa dessas, se  pelo menos ele fosse um Pimenta Neves, aí sim... Mas um moleque feio desses com cara de mano! Vai apodrecer na cadeia.
Se ele pegasse 398 anos eu acho que estaria bom também, mas os ricos desse país deveriam ter o mesmo tratamento. Ou a morte pro defunto do rico é menos morrida que a do defunto do pobre?
Enquanto isso lá em Brasilia eu posso falar pra vocês que um deputado queimou a minha língua. Olha que eu nunca imaginei que o Romario seria um parlamentar tão sério e dedicado quanto ele está sendo. Ele é um dos únicos políticos que está debatendo os gastos excessivos para a realização da copa do mundo, está cobrando seriedade e querendo a cabeça do poderoso chefão Ricardo Teixeira. Até falou publicamente que o governo e a presidente Dilma tem que intervir nessa farra do boi e desvios de verba que virou essa copa. Parabéns e desculpa aí Peixe...
Falando em Ricardo Teixeira, parece que ele está pra renunciar, e olha só, bem pertinho da copa do mundo!  Hummmm sei não, mas acho que dessa vez apertaram o calo dele. O problema é que o nome mais cotado pra assumir seu lugar é o do Andrés Sanches, aí meu amigo seria trocar seis por meia dúzia e deixar a mesma familia de mafiosos no comando.
As coisas vão acontecendo enquanto a mídia se divide em BBB e Lindenberg e quando isso acontece a gente tem que ficar ligado são naquelas noticias de dez segundos que o Willian Bonner fala sem nem mexer a boca parecendo um ventríloquo. Coisas do tipo: Nossos aeroportos estão um caos. Estão vendendo os aeroportos para empresas particulares. Licitações para compra dos aeroportos já estão acontecendo. E o brasileiro nem se liga em nada porque ele quer saber do BBB, do Bial e do Linderberg.
Querem apostar quanto que esses aeroportos vão ser vendidos para políticos deste governo que colocarão laranjas para aparecem na mídia como compradores e agora os aeroportos sem mudança estrutural nenhuma vão começar a funcionar? Aposto uma paçoquinha e uma Tubaína!
Pra terminar vou deixar uma foto que o amigo Flavio colocou no facebook mostrando que pelo menos o metrô já está se adequando para receber os turistas nessa copa que está chegando! Ufa... Pelo menos com o metro a gente não passa mais vergonha...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Há um menino

Cheirode flor de laranjeira,
era o cheiro daqueles dias...
Gosto de bala Juquinha.
Alegria de pular amarelinha.
Correria de pega-pega surpresas de econde-esconde.
Emoção de passa anel.
Beijo, abraço ou aperto de mão...?
Suspense pra ver o gol,
entre as traves feitas de chinelo no chão.
Com os três ou quatro jogadores de cada lado onde um poderia ser café com leite... Ou não!
Escrever o nome da menina no tronco da seringueira...
Quem era a menina?
Coitada, esquecida ficou ali naquele mundo, alégre e sonhador.
Hoje era bandido e talvez no meio do filme virasse herói...
Dependia da estória e de quem era o dono dos brinquedos.
Brincavam com tudo,
principalmente com a imaginação...
Esse tempo cheirava à flor de laranjeira...
A café torrado.
Tinha gosto de bolo de fubá!
Tinha gosto de infância, onde tudo era mais gostoso.
Goiabada cascão,
marrom glacê,
sagú, pipoca e  paçoquinha...
Pão com banana, com canela em pó por cima!
Bolinho de chuva...
Um queria ser o Super-homem
o outro queria ser o Airton Senna
o outro queria ser o Maradona
o outro queria ser o Tic-tac...
Hoje,
"adulteceram"...
E a vida mudou...
De cheiro e de gosto...
 
 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Só o fim

Hoje eu dei uma passeada pelos blogs dos amigos. No blog da Vera Lúcia eu me deparei com uma postagem falando que a gente não deve passar por essa vida em branco, que aqui a gente deve aprender e levar esse aprendizado mais adiante, na outra vida. Seja no céu como acreditam os cristãos ou em outra encarnação como acreditam os espíritas e budistas.
Eu estava pensando e de tanto pensar morreu um burro...
Esse negócio de outra vida deve mesmo existir e o nosso espírito deve mesmo viajar pra um outro lugar. Deus não iria fazer a gente só pra brincar e fazer uns testezinhos se a gente é legal ou malvadinho.
Legalzinho vai pro céu e malvadinho vai pro inferno. Acho que Ele não perderia seu tempo com isso. Tudo bem que tem gente que fala que é isso mesmo e que Ele quer assim e assim será, mas eu não vejo as coisas desse jeito.
Passeando também pelo blog do PCzão eu lí uma postagem falando da Whitney Houston que morreu por afogamento numa piscina. Dizem que ela usava drogas demais da conta e que tinha problemas com isso a muito tempo. As más línguas (e o mundo tá cheio delas) estão falando que ela não aguentou ficar sem o Wando e se matou só pra levar uma calcinha pra ele lá no além... Mas aí tem uma questão. Como ela vai saber se ele foi pro céu ou pro inferno? E ela? Como ela vai saber pra onde vai?
Bom, se a gente vem aqui pra aprender como está falando o texto no blog da Verinha, eu fico pensando se a Whitney levou dessa vida uma lição que ela deveria ter aprendido por aqui mesmo, que é "drogas fazem mal e destroem a vida da gente", ou se ela foi embora tão dependente que não se concientizou dessa questão e chegou lá muito doida.
Não cabe a gente julgar as outras pessoas, eu sei disso, mas a gente tem mania de dar as nossas sentenças baseadas em nossa vida e do modo que a gente entende e encherga a vida. Mas a gente não vive a vida dos outros, a gente não sabe quais foram as situações que levaram alguém a usar drogas, a gente não conhece suas estórias de vida, se essa pessoa teve uma base familiar concreta e se teve um pai e uma mãe que realmente ensinaram o que era certo e o que era errado pra ele.
Tudo bem que tem aquelas pessoas que mesmo com tudo certo, com uma familia legal e amiga, com base religiosa e com exemplos corretos ainda assim procura se ferrar na vida e a gente não consegue entender porque, mas aí estão alguns mistérios que talvez um dia alguém descubra e conte pra humanidade.
Enquanto isso não acontece nós vamos aqui nesse planetinha, ouvindo ainda por muitos anos a Whitney que deixou saudade pra quem gostava dela e escutando também o Wando né? Que de romântico e brega todo mundo tem um pouco, mesmo que negue até o fim...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Substituições



Depois de anos trabalhando e sendo o melhor cavaleiro do reino Valfredo voltava cabisbaixo pra casa.
O rei mandou um cavaleiro novo ir enfrentar o dragão do bosque vermelho que estava amedrontando os moradores do vilarejo de Flowersday.
Valfredo e seu cavalo voltavam tristes pra casa. Eles estavam acostumados a sair e enfrentar muitos inimigos e assim serem reconhecidos como a mais destemida dupla de guardiões de toda a região. Mas hoje o rei olhou nos olhos de Valfredo e achou que um jovem seria melhor do que ele. Não que Valfredo fosse velho, ele ainda estava na flor da idade, mas o rei queria apostar na novidade!
Valfredo chegou em casa, explicou pra sua mulher o acontecido, ela viu que ele estava triste e foi preparar uma tina com água quentinha pro marido se deitar e num banho cheiroso poder relaxar um pouco. Enquanto isso Valfredo levou Rufus até o estábulo, colocou-lhe água fresca e depois soltou-o no pasto atrás de sua casa.
 Valfredo entrou, tirou o elmo e a capa, tirou a armadura, a camisa de malha de aço e as botas, deu um beijo no rosto da esposa que já estava com um chazinho de camomila prontinho pra acalmar seu marido. Valfredo tomou umas goladas de chá e foi se deitar na tina enquanto sua esposa pegou uma esponja com sabão de flores do campo e começou a acariciar-lhe as costas.
Valfredo já estava achando até bom essa folga que o rei lhe deu contra vontade quando um rompante de trombetas e um rufar de tambores fizeram um barulho ensurdecedor bem na porta de sua casa. Valfredo de um pulo só pegou sua espada e saiu correndo para fora quando se deparou com um tapete vermelho saindo de dentro da carruagem real e se estendendo até a porta de sua casa, e vindo em sua direção, o rei!
- Olá Valfredo - falou o rei com um risinho cínico quando viu o cavaleiro do jeito que veio ao mundo - eu atrapalho alguma coisa?
Os guardas da escolta do rei se seguraram pra não cair na gargalhada enquanto Valfredo cobriu-se com uma toalha que sua esposa lhe entregou.
- Hã... N... Não alteza, tá tudo bem! - Respondeu Valfredo encabulado.
- Eu vim pessoalmente te falar que hoje cometi um erro - falou o rei com as mão espalmadas em sinal de desculpas - os dois cavaleiros que eu mandei enfrentar o dragão do bosque vermelho já viraram churrasco e agora meus olhos se abriram para a realidade e eu não vejo ninguém com mais bravura e conhecimento além de experiência para derrotar esse dragão do que você! Eu quero que você vá agora até o vilarejo matar esse dragão e depois eu te recompensarei com dois dias de folga.
Valfredo virou-se para sua esposa que com apenas um olhar lhe disse que estava tudo bem. Então ele beijou-a carinhosamente e cochichou em seu ouvido: - Pode preparar um grande banho quente que eu já volto! Esse dragão é molezinha...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Brasilidades - 3

O Wando empacotou... Empacotou no sentido de morreu não no sentido de empacotar um pacote, porque se ele fosse depender de sacolinhas de supermercado para empacotar alguma coisa ele tava ferrado. Nem as calcinhas das fãs ele poderia levar embora.
Ele era um cantor meio a parte da nossa música popular brasileira, porque ele fazia um tipo de sucesso "underground breguiado" ele tinha moral nas emissoras de tv e ao mesmo tempo era considerado do segundo escalão ou terceiro da MPB, ele era um personagem diferente mas que de vez em quando ainda vai aparecer no na programação da minha rádio chuveiro onde eu vou cantar "você é luz, é raio estrela e luar..."
Voltando a falar em sacolinhas, esse lance foi a maior sacanagem dos últimos tempos. Primeiro falaram que era lei do meio ambiente e todo mundo acreditou só que depois abriram o jogo e falaram que era pro meio ambiente mesmo mas que não era lei nenhuma e sim uma decisão dos próprios donos de mercado que estavam muuuuito preocupados com nosso planeta... Uai, e o monte de papelzinhos de oferta e jornaizinhos que eles jogam lá em casa e que só a Frida minha cachorra lê?  Não atrapalham o meio ambiente?
Hoje eu estava conversando com um amigo e ele disse que viu uma reportagem que falava que na Holanda tem mais impostos que o Brasil! Na reportagem o reporter perguntava aos holandeses se eles achavam ruim os impostos e eles falavam que não porque lá tem escola pra todos e todos estão na escola, lá tem hospitais pra todos, tem 100% de saneamento básico e suas ruas não tem buracos.
Enquanto isso aqui na nossa térrinha tem alguns pedaços de rua no meio dos buracos e só dá pra trafegar mesmo nas estradas pedagiadas. O interessante é que as concessionárias que gerenciam essas estradas pertencem em boa parte a muitos políticos... É mole ou quer mais?
Agora antes dos ministros serem trocados e empossados as denúncias sobre suas falcatruas já caem na mídia... Não que isso seja ruim porque a esquerda tem mesmo é que botar a boca no trombone, mas o que eu queria saber é onde está o serviço de inteligência desse país que não alerta a presidente de que fulano ou ciclano que ela quer colocar de ministro é na verdade um malvadão safado... Assim ela passaria menos vergonha né?
Bom, mas para acabar esse brasilidades com um astral mais altinho vai aí uma musiquinha do Wandão que deve estar se lixando pra esse país maluco lá de onde ele está!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Aparências

- Por favor garçom! O senhor já passou por mim várias vezes e não veio me atender...
O garçom olhou pra figura que reclamava, era um sujeito de pele escura, não chegava a ser negro mas era bem moreno, suas roupas estavam bem surradas e até meio sujas, seu cabelo estava grande e enrolado, parecia não ver água a um bom tempo. - Já vou te atender! - Respondeu o garçom com cara de poucos amigos.
A hora do almoço naquele restaurante era muito corrida, os empresários da cidade traziam seus clientes ali geralmente para impressionar e fechar vários negócios, por isso não economizavam nos gastos. Quanto maior o negócio a ser fechado, maior era a conta no final do almoço.
- Gente! - Reclamou de novo o cliente insatisfeito. - Ninguém pode me atender aqui nesse restaurante? Já faz meia hora que todo mundo passa por mim e desvia... Por acaso eu tô cagado?
Foi quando o garçom fez um movimento para ir atendê-lo mas no meio do caminho viu chegando dois homens muito bem vestidos com ternos de corte perfeito, sapatos de cromo alemão, cada um com uma pasta envernizada se acomodando numa mesa nos fundos do restaurante ele não teve dúvidas, olhou para a cozinha e gritou: - Jonas! Por favor, manda o novato atender aquele senhor ali na mesa 6!
Os dois homens que chegaram foram logo pedindo um prato sofisticado de frutos do mar e uma garrafa de vinho do mais caro que a famosa adega daquele restaurante servia para os clientes de bom gosto. O garçom quando viu o cliente que estava insatisfeito sendo servido pelo novato e pedindo uma comida simplesinha acompanhada por um refrigerante pensou feliz da vida  que se dera bem, e que ganharia uma boa comissão dos clientes chiques.
A hora do almoço foi passando, os clientes foram na sua rotatividade indo embora, inclusive aquele cliente que havia sido atendido pelo jovem novato. 
Os dois clientes da mesa do fundo ainda estavam pedindo lagostas e vinhos. A conta deles já estava altíssima e o garçom feliz porque dois caras tão alinhados e bonitos daquele jeito, com uma educação finíssima certamente lhe iriam dar uma bela gorjeta além de uma bela comissão.
Foi quando um dos rapazes chamou:
- Garçom por favor!
O garçom prontamente se instalou na frente da mesa deles e disse: - Pois não amigos?
Um dos rapazes então abriu a pasta retirando dela rapidamente uma pistola pra em seguida apontá-la para o rosto do garçom enquanto o outro também pegou uma arma e dando um tiro pra cima gritou:
- É um assalto! Todo mundo encostado nas paredes com as mãos pra cima! Você aí do caixa encha as nossas pastas com todo o dinheiro.
Os dois rapazes usaram o garçom como refém, roubaram o dinheiro do restaurante e mais umas garrafas de vinho. Pegaram a chave do restaurante e o trancaram por fora, fizeram tudo isso com o garçom sob a mira da pistola. Depois de trancar o restaurante deram uma coronhada na cabeça do garçom que caiu desmaiado.
Depois disso foram embora tranquilamente se misturando com a multidão e sem causar nenhuma suspeita, afinal quem iria suspeitar de dois rapazes tão bonitos, finos e bem vestidos desse jeito?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Fogo cruzado

Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga!
Não queira ser o salvador do mundo.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
As injustiças acontecem a todo momento em todos os lugares!
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
Você pode ter um bom coração, mas não traga pra sí os problemas do mundo.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
Faça o melhor que puder sem pisar e nem maltratar ninguém.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
Mas não entre em batalhas perdidas, não lute por ideais alheios e procure o melhor pra você.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
Muita gente pede ajuda e depois te abandona no campo de batalha.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
Do mesmo modo, não queira incluir pessoas nas suas mazelas.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
Porque você também tem sua pele pra salvar!
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
E cada um tem seus sentimentos e pensamentos.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
E não se esqueça que você pode procurar um companheiro para lhe justificar ou justificar suas atitudes.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
E assim talvez não encontre ninguém.
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.
E assim descobrir da pior forma que:
Na hora do fogo cruzado, ninguém comprará sua briga.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Vilões



Normalmente os vilões das estórias de super heróis são criados para servir de escada pros heróis brilharem. Acontece que quando o herói é bom o vilão acaba se tornando um personagem importante também. Em algumas raras exceções os vilões acabam extrapolando o núcleo daquele herói e acaba ficando até mais famoso que o protagonista, um desses casos é o Doutor Destino que foi criado pra ser um vilão do núcleo do Quarteto Fantástico e acabou sendo um super vilão que aparece e amedronta todos os heróis da Marvel Comics.
Mas em alguns casos os heróis são tão populares que o vilão não consegue se desvencilhar daquele mundo e mesmo assim acaba ficando muito famoso, como é o caso dos vilões do núcleo do Homem Aranha que são o Duende Verde, o Doutor Octopus, o Kraven o Caçador, a Gata Negra, o Lagarto e alguns outros.
Existem uns vilões que conseguem até ter fãs espalhados por aí, como é o caso do Coringa do Batman e alguns vilões que não conseguem ter vida própria acabam sumindo quando o herói entra em decadência como é o caso do Lex Luthor que está tão apequenado quanto o Super Homem nesse momento.
Alguns vilões estão na vida das pessoas a muitos anos e fazem parte de toda uma estória de vida onde os sonhos e a realidade se misturam nos momentos de solidão. Quem aí que nasceu nos anos 80 que não se lembra do Mum-ha dos Tundercats, ou de Dick Vigarista da Corrida Maluca, ou do Vingador da Caverna do Dragão, ou até do Esqueleto do He-man? Esses personagens fazem parte da nossa infância.
Algumas pessoas cresceram querendo ser o Peter Parker e algumas pessoas cresceram querendo ser o Dr. Octavius Octopus.
- E daí? - Você deve estar se perguntando. - O que o André está querendo dizer com essa crônica?
Eu estou querendo dizer que o mundo é assim mesmo. Se você for uma pessoa mais ou menos com certeza você não vai ter muitos vilões ao seu redor porque você não vai causar inveja em ninguém. Não vai incomodar ninguém, e ninguém vai querer rivalizar com você. Mas se você for bom meu amigo. Tome cuidado! Porque os vilões vão querer te ferrar. Eles vão querer fazer parte do seu núcleo e tomar através da inveja tudo o que é seu e aí as suas lutas vão ser diárias e constantes. Mas como você é um grande herói você vai cercar sua vida com seus grandes poderes e vai vencer uma batalha atrás da outra e isso vai ser muito bom!
A cada batalha vencida você vai poder olhar pra cara do vilão e dar risada porque o bem acaba sempre vencendo no final!
Então se liga. Seja bom no que faz e se torne um grande herói, mas lembre-se é muito mais interessantes para os vilões aparecerem nas estórias do Homem Aranha do que nas da Formiga Atômica e por isso eles vão te perseguir!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cavalo de padeiro



Diogo era um cara cansado! Ele vivia o tempo todo correndo atrás do vento e vivendo de migalhas. Sua vida era mesquinha e Diogo fazia sempre as mesmas coisas com as mesmas rotinas e com pensamentos enraizados em sua cabeça que não lhe deixava olhar pra diante.
Tudo para Diogo tinha que ter uma explicação e nada poderia fugir da racionalidade. Ele seguia todos os dias os mesmos passos e não conseguia ver porque as pessoas achavam graça em pequeninas coisas da vida.
Diogo era prático! Ele tinha tudo traçado em sua mente. Onde, quando e como ele iria viver e conseguir as suas metas.
Um dia Diogo chegou em casa e viu que tinha um cavalo parado do lado do seu portão.
Diogo olhou para o cavalo e achou que ele estava com sede. Então ele entrou, encheu um balde com água e trouxe até a calçada. O cavalo olhou pra ele como se estivesse agradecendo, abaixou-se e bebeu muita água.
- Puxa, como é que alguém tem um cavalo bonito desse e deixa ele aqui no meio da rua sem água - falou Diogo pensando em voz alta - o coitado está morrendo de sede!
Foi quando o Aristides padeiro virou a esquina correndo e chegou até eles aflito. Chegando perto do cavalo ele sorriu e acariciando a sua cabeça disse: - Olá amigo... Puxa você não quer parar um só dia hein!
Diogo vendo aquela cena indagou Aristides:
- Porque você deixou seu cavalo solto e sem água?
- Eu era padeiro e entregava pães com esse cavalo puxando a carroça  mais de 10 anos. Todos os dias a gente fazia a mesma coisa. A gente entregava pão de manhã e de tarde sempre fazendo mesmo caminho todos os dias. Mas esse negócio de padeiro entregar pão de carroça não dá mais certo hoje em dia e eu não estava ganhando mais nada com isso, eu já estava com a vida feita, com algumas casinhas de aluguel e com uma chacarazinha onde nós moramos então resolvi parar de trabalhar.
- E abandonou o cavalo? - Interpelou Diogo nervoso.
- Não meu jovem - sorriu Aristides - esse cavalo é como se fosse da minha família. Acontece que ele foge de vez em quando e vem fazer o nosso antigo caminho de tantos anos... Coitado ele nunca olhou pras coisas boas da vida, sempre viveu tapado só trabalhando todos os dias e nunca teve a alegria de viver solto por isso  agora ele não consegue ser feliz.
Aristides então agradeceu a Diogo e foi embora puxando seu amigo por uma corda.
A medida que os dois andavam e sumiam no horizonte Diogo foi refletindo e pensando sobre sua situação: - Será que se eu continuar assim eu vou encontrar alguém  pra me dar água ou me guiar com uma corda no pescoço no final da vida?



A Cissa do blog Humor em conto me falou que no Rio Grande do Sul quando uma pessoa é tapada as pessoas dizem que ele é igual a cavalo de padeiro. Eu fiquei com esse ditado na cabeça até que nesse domingo um cavalo estava na minha calçada e eu dei água pra ele e levei-o até um terreno baldio aqui perto. Pronto! Assim nasceu esse conto.